09 novembro 2011

Escola pública na era digital

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Laptop, projetor multimídia, salas com wi-fi, lousa digital e softwares pedagógicos. As novidades foram anunciadas ontem pelo secretário da Educação do estado, Anderson Gomes, para o próximo ano letivo da rede estadual de ensino. Os investimentos são da ordem de R$ 38 milhões.

A iniciativa é louvável, no entanto aumenta o diferencial entre as escolas que têm tudo e as que nada têm.

Prova Brasil, SAEBE, SAEPE, ENEM e outros testes aplicados anualmente comparam a aprendizagem dos alunos sem levar em conta os recursos disponíveis nas escolas que os prepararam.

Como ficam as escolas cujos prédios foram destruídos nas enchentes de 2010 e que continuam a funcionar precariamente em instalações provisórias, prédios cedidos, sem condições de receber as melhorias anunciadas?

Segundo Gomes, a tecnologia vai tornar as aulas do ensino médio mais atrativas. Muitos colégios particulares já dispõem desses equipamentos mas eles ainda são raridade nas escolas públicas. O secretário afirmou que, em 2012, a rede estadual vai entrar no século XXI. A virada vai beneficiar mais alunos.

“Estamos no século XXI e não dá mais para o professor fazer um desenho do corpo humano no quadro, perdendo tempo para ensinar biologia. Com o projetor acoplado a notebook, vai ser possível ensinar mostrando aos alunos uma figura em terceira dimensão”, explicou Anderson Gomes.
Todas as 12 mil salas da rede estadual receberão projetores multimídia. Já as 14 escolas técnicas ganharão lousas digitais. Os professores passarão por capacitações, ainda sem data definida, para aprender a usar os novos equipamentos. Segundo pesquisas nacionais recentes, apenas 10% dos docentes que ganham notebook utilizam o laptop em sala.
“Eles não usam porque o computador não permite interatividade. Mas isso vai acabar com a chegada dos projetores e dos softwares”, aposta o secretário.
Parece que os alunos também farão parte dessa universalização digital na escola pública. A previsão é de que a rede wi-fi chegue a todas as 1.102 escolas no ano que vem. Hoje, a internet sem fio funciona em apenas 400 unidades.
Outra novidade é a criação de um laboratório de informática móvel para as escolas. A ideia é simples. Um carrinho com 48 laptops vai circular de sala em sala. A proposta chega para acabar com reclamações como a falta de máquinas suficientes para a demanda nos laboratórios tradicionais.
A Secretaria de Educação do Estado (SEE) estuda ainda a entrega de tablets por aluno. O modelo é parecido com um programa anunciado este ano pelo Ministério da Educação (MEC). A SEE tem cerca de 860 mil alunos.